As vezes...

As vezes tem de ser, as não pode ser o nosso coração a mandar, as vezes temos de ser nós a impor o "chega", temos de ser nós a sujeitarmos-nos ao sofrimento e a dor em detrimento de alguém pelo qual sentimos afinidade.

O vazio que enche e transborda pelos olhos, um desgosto enorme e que ao mesmo tempo me prova que é a pior opção, mostra-me que a monogamia nem sempre é possível, nem sempre é concretizada, corrompe o meu pensamento e distrai os meus sentidos que no fundo são cegos, surdos e mudos e estão completamente viciados naquela voz, naquele cheiro e naquela vistosa apresentação, esbelta e elegante, capaz de seduzir até o difícil, encantou-me e disse "és meu" e cá estou eu, inibido de outros casos, incapacitado de a deixar para trás, por mais motivos que ela me ponha a disposição, não é fácil desatar o nó de uma relação dura, firme e fiel, existem sempre os momentos bons, os sorrisos, as conversas, as brincadeiras, mas creio que não voltará a acontecer, pelo que me apercebi, existem pássaros verdes que nem os melhores caçadores conseguem caçar e quando isso acontece, é melhor deixa-los voar e deixa-los que cantem e encantem quem nós tanto acarinhamos...