terça-feira

"Tu não estás sozinho"


Uma das maiores mentiras que te podem dizer, estás sozinho, estás e estarás sempre,quando pensares que te vão dar a mão, esquece  quando mais precisares de uma mão para te segurar, terás 20-30 acenando-te com um adeus, aí vais entender que estás sozinho, vão mandar-te mil verdades a cara para te abrir os olhos, vão fazer-te questionar se estar assim é realmente tudo o que podes fazer, vão fazer-te acreditar que és capaz de mais e do dia para a noite, vão simplesmente embora, e sabes que mais? A culpa é tua, é isso, única e exclusivamente tua e porquê? Por acreditares que alguém se preocupa realmente, por pensares que ao meteres os outros a tua frente, eles farão o mesmo, por seguires os conselhos que te dão e depois desaparecerem sem mais nem menos, porque é o que acontece, quando mais precisas de atenção é quando te vão dar espaço, quando precisas de falar, não te irão dizer nada, vão afastar-se, vão tirar o pé do acelerador quando tu mais precisas de ser pressionado, quando sabes que se ouvires um "Está tudo bem?" te vais desmanchar em peças e contar tudo o que para ti está errado na tua vida, essa pergunta não vai surgir, vão agir como se estivesse tudo normal e tu, vais ter de engolir isso em seco, quando mais precisares daquela força extra para te tirarem da cama de manhã, talvez com um "hoje vai ser melhor, vai correr melhor", é quando te empurram para dentro dos lençóis com toda a força e tu ficas e vais ficando, enrolado em ti próprio e no facto de quando mais precisaste de um Olá para quebrar o teu pensamento, quando eu teu silêncio grita por um simples "estou aqui", não aconteceu nada, ninguém falou e vais afundando cada vez mais na cama, estragando a tua vida profissional, decepcionando quem não está a par e criando um défice de prioridades na tua vida que nem tu próprio idealizas, porque tudo o que tu precisavas era que puxassem por ti, que te sufocassem, que te fizessem falar mas nada disso vai acontecer, porque ninguém quer saber e tu vais ficando mas no final, a culpa é e será sempre tua, jamais apontes o dedo a alguém por não estar lá para ti, a culpa é tua por pensares que essa pessoa iria estar disposta a tal, tu criaste essas expectativas, não ela, ela não tem culpa, nem ela nem nenhuma delas, tu é que por ingenuidade acreditaste que sim, que com uma mão se lavava a outra, mas não e acredita, haverá sempre uma justificação para não te ajudarem, por pensarem que tu precisavas de espaço, quando não precisas, por também não estarem bem ou porque simplesmente, não precisam de alguém como tu na vida delas, lembra-te, a culpa é e será sempre, tu...

Eles não precisam de ti, mas tu moldaste a tua vida para precisar deles, tu fizeste com que eles fossem parte praticamente essencial na tua vida e olha para ti agora, onde estão eles para te levantar como tu os levantaste antes? Onde está a força por ti dada um dia devolvida de volta? É feio dizer estas coisas, eu sei, mas dói demasiado perceber que somos só uma utilidade na vida das pessoas, que quando está tudo bem "Hey, bora beber um copo" e quando está tudo mal "..." é um vácuo ensurdecedor e é nesse vácuo, nessa ausência de barulho que gritam os nossos pensamentos mais melancólicos e negativos...
Hoje voltaste a não sair dessa cama, quem sabe quando voltarás a sair, talvez quando alguém realmente perceber o que se passa ou perder algum do seu tempo para descobrir o porquê de já não ires a jantares, o porquê da tua carrinha está a tanto tempo no mesmo sítio ou porquê de ninguém saber nada de ti, talvez aí sim, lhes venha a memória da pessoa que foste, não da pessoa que és, porque neste momento, não és nada, não és ninguém, pelo menos é assim que te sentes e quando não há ninguém para te chamar à razão, não há verdadeiramente outros motivos para te sentires de outra maneira...

domingo

Another weekend...

Imaginem a vida como uma parede, longa e extensa parede de tijolos, todos eles colocados de forma alinhada e simétrica, com a mesma porção de cimento entre eles, medida pela mão calejada de qualquer pedreiro ou trolha como se possa chamar, cada tijolo é moldado e colocado de uma certa forma não só para ficar bonito ou atraente, mas porque assim é que tem que ser, tijolos sem o mesmo tamanho, rachados ou com uma cor diferente, não entram nessa parede, são descartados, isolados num saco e mais tarde devolvidos ou jogados ao lixo quando se assume a postura que tal tijolo não terá outra utilidade, pois bem, eu sou um desses tijolos nesta vida, rachado por várias bolas que foram contra essa mesma parede ao longo do meu caminho, seco pelo cimento que há muito não me prende a nada e sem cor alguma de tantos dias a chuva num temporal psicopatológico que afecta até a última pitada de pedra que tenho em mim. Já não sirvo, para a parede de muita gente que me rodeava, sou apenas um tijolo a espera de ser substituído por outro, noutras fui substituído mesmo antes de notarem que já não servia, como é fácil ser-se descartado quando nos encostamos em tijolos brilhantes, perfeitamente delineados, com o peso ideal e a espessura doseada de forma cativante para os manterem distraídos de mim, dizem que "pedras no meu caminho, guardo todas, um dia construirei o meu próprio castelo", mas já se questionaram quantas dessas pedras querem ser guardadas? Quantas quererão fazer parte desse tal ambicionado castelo, quantas vezes quis eu fazer parte de algo e desprezívelmente fui ignorado ou mal entendido.
Tenho saudades, saudades de muita coisa, saudades tuas, saudades deles, saudades minhas, da pessoa que era, das piadas que mandava, ou da boa disposição matinal, tenho saudades tuas, do teu arroz de pato quando eu pedia a minha comida favorita, do teu mimo na minha secretária quando ia para a escola de manhã ou da maneira como simplesmente existias na minha vida, não dá para continuar, não dá, eu tentei, eu estou a tentar e simplesmente não estou a conseguir, o Natal está aí e a alegria que outrora se vivia, já não se vive, é como que toda a casa fosse pintada de cinzento, todas as boas memórias não existissem, não aconteceu, o Natal nunca chega aqui, mesmo no alto do meu 8º andar, o Natal foi-se embora e nunca mais voltou, nem ele, nem eu, ainda que feliz em alguns rasgos da minha vida, parece que voltas sempre, parece que me puxas de novo para ti e para o que eras, não consigo levantar-me e quando penso em ti para me ajudares, és mesmo tu que me pões em baixo... porquê que foste embora? Porquê que ainda acordo todos os dias e me lembro de ti, porquê que não consigo olhar para isso como uma coisa boa, porque graças a ti sou tudo o que sou? Porquê?
Só queria poder viver com a ideia que nunca mais te vou ver e não digo sorrir a isso, mas pelo menos não baixar a cabeça,
Sinto-me sozinho, a arder por dentro e a congelar por fora, desamparado como quem caminha descalço pelo granito, cansado como quem caminha debaixo de sol ardente, desidratado de vontade ou despido de força, não tenho nada, não sinto nada, só te sinto a ir, como senti quando era miúdo...
Só queria poder acordar de novo amanhã... 

quinta-feira

First week

Primeira semana e é uma porcaria, uma autêntica porcaria, nunca me senti tão fora do meu espaço, tão fora de uma zona de conforto, nem é o inglês, esse até que passa, já passei por isso antes, mas as pessoas, o espaço, os objectivos, não me identifico com nada e o pior é que não te posso dizer nada destas coisas, não me consegues ouvir e não consigo explodir, embora me apeteça, apetece me muito, gritar, desabafar, deixar escorrer tudo o que sinto, tudo o que penso sobre esta mudança, mas não consigo, não tenho com quem o fazer e tu já não estás aqui, aposto que tens visto que mal tenho comido e que a médica disse-me que tenho aquele problema de vitaminas na terça, mas não tenho fome, não consigo, é como se andasse sistematicamente com um nó, desde a garganta até a apêndice, não entra nada e não sai nada, não falo, não digo o que se passa, é como se fosse um cadáver que apenas acena com a cabeça, ele já me chamou robot, diz que as minhas respostas são sempre as mesmas e que já desistiu de tentar alguma coisa, até ele lol que nunca vira as costas...
Gostava muito que estivesses aqui todos os finais de tarde, que aquela pergunta "como foi a escola?" se tornasse moderna e habitual como "como está a correr a formação? Gostas?", e embora te conte todas as noites entre longos monólogos ou um apenas "estou aborrecido", não é a mesma coisa, nada é a mesma coisa e acho que estou novamente a vacilar, 5 anos depois da última vez, estou a sentir-me novamente assim, não quero, não quero mesmo na
da, mas nada disto ajuda, nada de nada e desculpa se voltar a recair, mas neste momento sinto uma pressão enorme e as minhas pernas estão a começar a ceder ao peso das minhas costas, não estou a conseguir lidar com isto nem com nada que apareça na minha frente, só espero que me desculpes...

sexta-feira

New begining

Hoje, comecei mais uma etapa na minha vida e mais uma vez, não estás aqui para opinar, não estás aqui para me dar os parabéns ou para criticar a minha escolha, hoje, mais uma etapa, mas a primeira em direcção a minha área, a primeira em prol daquilo que me formei e tu não estás aqui como disseste que estarias, será egoísmo mencionar isto? É apenas a constatação de um facto, hoje pela primeira vez, dei um passo no caminho certo, penso eu, dirias tu, mas tu não falas, não opinas, nem dás um ar da tua graça, no entanto, eu acredito que viste e acredito que estiveste lá comigo, segunda-feira começa a doer e eu acredito que estarás lá, sentada perto de mim, apontado o que devo escolher, murmurando o que devo questionar e apoiando cada resposta que eu der, pelo menos, quero acreditar que sim, caso contrário, nada disto fazia sentido...

quinta-feira

O ontem vivido hoje...

É difícil, é muito difícil, quando dás por ti, passaram-se mais de 10 anos e nada, era assim que pensavas que ia ser? Era assim que esperavas crescer e ver tudo a tua volta, finalmente aquela pergunta do "onde te imaginas daqui a 5 anos?" faz sentido? Não. Nada faz sentido, mais de 10 anos e nada, nada de nada, a saudade bate à mesma hora que bateu naquela primeira noite após o choque, o pesadelo é o mesmo, a mesma curta metragem que assombra noventa por cento das tuas noites, aqueles 5, 10, 15 minutos sentado na cama antes de adormecer, pensando como seria bom, se ainda estivesses ali, aos pés da cama, assistindo a novela enquanto esperavas que adormecesse, são os mesmos, a lágrimas caem na mesma dose, perfeitamente doseada com o mesmo nível de sal que caíam quando eras criança, no fundo, ainda és uma criança, pois passaram-se mais de 10 anos e ainda não ultrapassaste, ainda não a ultrapassaste, ainda lutas todos os dias como quando eras um miúdo, como quando te disseram que ela ia lá para cima olhar e tomar conta de ti, quando continuas a achar que não é egoísmo quere-la a tomar conta de ti, aqui em baixo e não de lá de cima como te disseram em tempos, quando ainda vestes uma camisa para ir ao cemitério porque ela odiava ver-te desengonçado, desfraldado ou simplesmente não apresentável, ainda és uma criança por achar que lá no fundo, bem lá no fundo, ela ainda olha para ti, ainda toma conta de ti e ainda te dá sinais dos caminhos que deves seguir, quando ainda rezas por ela, ou lhe contas em murmúrios os teus feitos, os teus dias ou lhe conferencias os teus amigos, quando ainda que em lágrimas, rezas o que te ensinou "anjo da guarda minha companhia guardai a minha alma de noite e de dia" antes de dormir, por isto tudo e por muito mais ainda és uma criança.

Mas vais ter de ultrapassar, vais ter de te conformar com o facto que já se passaram 10 anos e ela não voltou e nunca vai voltar, poderá como tu acreditas, esperar por ti lá em cima, mas não voltará cá a baixo e essa cabecinha tem de se levantar, tem de olhar em diante e usar essa força para se recompor, podes sempre voltar aqui e escrever o que te apetecer, desabafar o tanto que te apeteça, como já o fizeste tantas vezes, como o vais fazendo, como o estás a fazer agora, mas nada disso a trará de volta, nada disso mudará a tua vida...

Por mais que escrevas estas coisas, sabes que nada vai mudar o que sentes, o que pensas ou como ages, por mais que escrevas, vais continuar a chorar antes de ir dormir, vais continuar a ter o pesadelo como sessão inconsciente favorita e vais continuar a desviar as pernas na esperança de sentir o peso sobre a roupa que te cobre os pés ao fundo da cama e nada disso acontecerá, o mais triste é que nada disso acontecerá, mas tu acreditas, porquê? Porquê que acreditas em algo que tantos murros no estômago já te deu e continuará a dar, que tantas horas de sono te retirou que o tempo não devolverá, que te fez drenar tantas lágrimas que apenas uma almofada húmida te as secou, porquê?
O mais triste é que mesmo com as evidências todas, tu acreditas, mesmo com mais de dez anos em cima, tu acreditas, como no mesmo dia após o choque, porque após dez anos, ainda olhas para a foto na tua cabeceira, com o mesmo amor, com o mesmo carinho e a mesma necessidade de quando tinhas apenas doze anos e choras, choras porque não te lembras como era o tacto dela, porque ainda te tentas lembrar da voz dela a chamar o teu nome quando fazias asneira, porque embora ainda tenhas camisolas dela escondidas em casa, o cheiro à muito que se foi, inundado num perfume de gaveta ou armário para não ganhar mofo e choras essencialmente porque não consegues dizer estas coisas, porque preferes esconder ou apenas acenar com a cabeça quando te perguntam se tens saudades, não são só saudades, tens necessidade e essa necessidade nunca vai ser realizada, essa calma interior pode ser amenizada mas nunca reposta na totalidade, choras porque esbarraste em alguém na tua vida que te recorda dela, que tem traços bastantes expressivos dela, a maneira como te rouba aquilo que pensas sem sequer teres noção disso, as frases com a mesma entoação e a gargalhada que te desorganiza completamente a cabeça, as vezes, só precisamos de alguém para dizer isto tudo, mas tu não, tens sempre de ir pelo caminho da opressão e do está tudo bem e cá estás tu novamente, a chorar por ela e por tudo o que escreveste aqui, e agora?

terça-feira

Quando tu sorris


Adoro ouvir-te sorrir sabes, é como ouvir uma música favorita que mesmo que saiba de cor, não me canso de a ouvir e me lembro sempre de algo a que a associei, o teu sorriso comigo é assim, lembra-me da vontade que tenho em crescer, em ultrapassar tudo o que a vida me põe como obstáculo, de tudo o que fizeste por mim e ainda hoje fazes.
Esse teu sorriso, mesmo meio desajeitado entre mãos a frente da boca ou a balançar fios de cabelo, ou mesmo aquele sorriso de quando mergulhas num misto de alegria e de surpresa, quando te ofereço algo ou apenas te mimo de uma forma simples, esse sorriso faz-me recordar de alguém, de alguém muito especial, que há muito que  não recordava tão vivamente, faz-me "tê la" presente de alguma forma na minha vida novamente, ainda que assustador, esse sorriso, motiva-me, a ser melhor, a esforçar-me mais e a nunca querer desiludir-te, esse sorriso, cativa-me, faz-me pensar que há pessoas que valem a pena, que há amigos que afinal, não se misturam no seio desta geração sedente por aparecer e opinião de outrem, esse sorriso, faz-me feliz, tal como tu me fazes e o meu sorriso, se hoje o tenho, foi porque tu ontem abdicaste do teu para que o meu pudesse brilhar, ainda que escasso, não desististe, hoje podemos sorrir os dois e acredito que vamos sorrir, contigo a ajudar-me e comigo a ajudar-te, esse sorriso vai ser mais e mais constante na minha vida e aquelas gargalhadas que não consegues conter vão ser a melodia mais tocada no rádio do meu carro.
Obrigado por tudo, esse sorriso também parte da paciência que tens para mim, fazes com que pareça um poço que nunca vai secar, logo tu que não tens paciência para nada.
Esse sorriso foi quase o começo de tudo, ainda me lembro quando te disse que iria entrar no top3 das pessoas que mais te faziam rir e todos os dias luto por isso, não pelo top, mas por te ver sorrir, rir ou gargalhar, todos os dias tento pelo menos que sorrias por minha causa, não há nada melhor que provocar o sorriso genuíno a alguém e eu esforço-me para provocar o teu.
Gosto muito de ti.

quinta-feira

Um mês

Um mês maluco, um mês! Acreditas nisto? Um mês sem te ouvir, sem me rir contigo, sem te ouvir a queixar que a militar do quartel não te dá bola, que o teu pai te manda aparar o cabelo ou que o carro está ultrapassado, um mês sem ouvires que me doem as costas, que a loira do meu trabalho é muita gira ou que a minha carrinha tem tecto panorâmico e só faltas tu experimenta-la, só faltavas tu não é...
É tão injusto como somos obrigado a seguir em frente, como a impotência impera e não há nada que possamos fazer para que algo seja diferente, tenho saudades tuas, tenho muitas saudades, daqueles turnos nocturnos que ficávamos no ts na conversa, daqueles momentos engraçados de eu estar a falar de algo e apanhar isso no outro sentido, saudades mesmo!
Espero que para onde tenhas ido, estejas descansado e acima de tudo, resolvido contigo próprio, acredita que não há nada pior que isso e eu ainda não me resolvi com a tua partida, nem sei se algum dia me vou resolver.
Espero que estejas bem! Um abraço forte! 

segunda-feira

Sadly Truth

"We want a placeholder, not a person. We want a warm body, not a partner. We want someone to sit on the couch next to us, as we aimlessly scroll through another newsfeed, open another app to distract us from our lives. We want to walk this middle line: pretending we don’t have emotions while wearing our heart on our sleeve, wanting to be needed by someone yet not wanting to need someone. We play hard to get just to test if someone will play hard enough – we don’t even fully understand it ourselves. We sit around with friends discussing the rules, but no one even knows the game we’re trying to play. Because the problem with our generation not wanting relationships is that, at the end of the day, we actually do."

domingo

Outro lado de mim

No meio de tanta tristeza e saudade, tenho que falar de vocês, o outro lado desta equação de segundo grau, sim vocês que me enchem de alegria e carinho quando estamos juntos, que me dão força e me fazem acreditar que vou dar a volta por cima, há 6 meses nenhum de vocês existia na minha vida e olhem para nós agora, inseparáveis, até viajamos juntos, não há praticamente nada que façamos sem que os outros estejam presentes, tenho vos a agradecer por tudo, pela coisa mais mínima ou pelo apoio incondicional que me têm dado, já partilhámos tanto e todos os dias sou melhor por vossa causa. Como em todos os grupos as vezes há desavenças, outras vezes pontos de vista diferentes, mas o importante é que nos mantemos sempre unidos e isso tem me feito muito bem. Ao início foi complicado, vocês quase todos amigos de longa data, interiorizar-me não foi de todo fácil, não que vocês dificultassem a tarefa, mas a minha própria insegurança atrapalhava-me e as vezes não sabia estar perto de vós, hoje, é com vocês que me sinto seguro e me sinto bem, é com vocês que partilho as gargalhadas mais sinceras que tenho, que choro a rir ou que oiço as melhores histórias, é com vocês que passeio, é com vocês que bebo, é com vocês que sobrevivo e vou vivendo, com vocês, das dicas no trabalho, as frases que marcam uma vida ou aos abraços que por segundos são eternos, tenho vos no coração.
É verdade que muitas vezes digo que me têm tirado tudo o que tenho de bom e me têm levado as pessoas mais queridas sem nunca olhar para o que me trazem, não afirmo que quem foi é substituível mas quem veio não é pior e marca a sua posição de uma maneira tão singular que me custa dizer que a vida são só coisas más, hoje estou aqui para vos agradecer, a vocês e a quem vos colocou no meu caminho, a quem traçou que iria ser assim, que nos iríamos cruzar desta forma e seria tão intenso como tem sido até agora, quem diria que vocês seriam os meus 5 de 7 Biliões. Já são tantas a referências que nos distinguem de todos os outros grupos de amigos que não consigo dizer mais nada que não seja obrigado, por terem aparecido ontem, por estarem aqui hoje e porque sei que independentemente de tudo, estarão aqui amanhã!


E para ti, para ti pequenina, deixei esta parte do fim para me direccionar só a ti, quem diria, que tudo começou com "A vida é uma grande pergunta em busca de uma grande resposta", não é que eu tinha razão? Quem diria que ao fim de 5, quase 6 meses que te conheço, terias este impacto na minha vida, estarias entre as pessoas mais importantes e que mais quero perto de mim, farias parte daqueles que mais me fazem bem e mais se dedica ao meu bem estar genuíno, a ti, desejo-te o mundo, desejo-te o melhor do melhor que a vida tem para ti, consigo confiar-te a minha vida sabendo de antemão que não vais vacilar, que não vais descansar enquanto não estiver tudo bem, parece-me que nós somos uma pequena parte dessa grande resposta que vamos descobrir ao longo da nossa jornada, que ficou bem mais fácil quando te conheci, não quando fomos aos Santos ou ao Euro, mas quando te conheci verdadeiramente e deixei que me conhecesses a mim, se conseguisse, dava-te um obrigado do tamanho do universo mas acho que nem isso seria suficiente para o que aturas diariamente e já aturaste durante este tempo todo, és especial, muito especial, transmites uma alegria tão sincera que é quase impossível estar triste ao pé de ti, transpiras sorrisos e soletras confiança cada vez que abres a boca, fazes-me tão bem e quando choras não imaginas, é como se uma das 10 Pragas do Apocalipse voltasse, cada lágrima que cai e vai secando numa manga de uma camisola ou de um casaco ou num lenço, é como uma página arrancada de um livro que guardamos, não pelo seu todo, mas sim pelas passagens que existem nele e nós gostamos, não pela capa, revestida de letras gordas, gritantes de necessidade de atenção, mas sim pelas letras pequenas, pelas entrelinhas que nem todos têm paciência de ler, mas tu tens e tiveste e agradeço-te imenso por isso.
Espero, mas no fundo sei, que não te vais embora, que não queres ir embora, mas não quero voltar a cometer o erro que uma vez cometi de não dizer a alguém o quanto gostava dela, eu gosto bastante de ti e de todos, mas de ti especialmente e tu sabes isso, nós sabemos isso, não sabemos o que está para vir, mas estaremos preparados, eu estarei preparado, pois com vocês todos do meu lado, por mais alta que seja a barreira, sei que a vou conseguir ultrapassar e  mesmo sabendo que nunca passarão os olhos por aqui, a minha consciência sente-se mais leve por conseguir exteriorizar aqui o que sinto por vocês e o que provocam em mim, por isso, obrigado, por tudo!

sexta-feira

Chuva

Dizem que quem anda a chuva molha-se e eu tenho me molhado imenso neste molho que a vida me tem dado a provar, com um gosto não muito doce, entre toques de ternura e felicidade, tem me brindado com um sabor mais amargo, como podem querer que goste? Nesta chamada tento ouvir a vida chamar por mim mas não consigo captar nenhum sinal, só o sinal vermelho que não teima em abrir a um novo mundo justo, justamente quando eu pensava que se estava tudo a compor, compondo e dedicando-me a 200% a quem se dedica a mim, com frases e mensagens sentidas, no sentido de conseguir um dia erguer de novo o ego que uma vez foi perdido na perdição que este mundo nos traz de gula e ganância andamos de marcha atrás sempre que nos cruzamos com a tentação.
A vida ensina-nos a ser duros quando estamos mais frágeis e é nesta fase mais descendente que mais pedem de nós, com que vontade é que vamos lutar, quando estamos prestes a desistir de tudo é que nos pedem para rebater, quando estamos perto de ir embora é que nos mostram que querem que fiquemos, com que irreverência é que vamos aceitar isso? Sinto uma ambiguidade em mim que já não tenho como reagir, não sei se deva lutar, se deva aceitar que e esperar pelo desfecho ou se deva tentar algo que não foi tentado antes, estou de mão atadas e cada vez mais o nó é mais complexo e a dor mais permanente e vincada nos meus pulsos, não sei o que fazer para ajudar mas sei que não é todo solução ir embora e que isso só iria piorar o que já está mal sempre.
Não sei o que fazer e sinto-me perdido neste caminho robusto e patinado, coberto por pedras, supostamente usadas para construir o meu castelo mais tarde, mas parece-me que essa fortaleza nunca vai realmente existir.
Só espero que o dia de amanhã seja mais brilhante que o de ontem, porque o hoje está a remoer-me por dentro.

Tenho saudades tuas.

domingo

Ainda estou a espera

Uma semana sem ti, ainda estou a espera, ainda te espero como naquela tarde, a hamburgueria do bairro ainda tem a mesa marcada, o filme ainda está no cinema e nós ainda não acreditamos que foste embora assim, sem culpa, sem noção, sem nada.
Uma semana sem ti e tudo está mudado, muito deixou de fazer sentido e colocou tudo em sentido, agora só me falta descobrir o sentido a seguir e que sentido tem isto tudo na minha vida, dou por mim a passear os olhos nos nossos vídeos de juniores, é tão estranho quando ouves a voz de alguém que já não é presente, apetece-te sei lá, ouvi-la mais vezes, conversar com ela, interagir... tenho tanta coisa para te perguntar, tenho tanto para perceber quando foi a percepção que te levou de nós, como, o que ias a fazer, que música ia a tocar no rádio, não dá para entender, és sempre tão astuto, tão responsável, não havia mesmo outra maneira? É injusto estar a tocar nisto, mas não me entra na cabeça, na verdade, nada disto entra... Mas tenho que me habituar, hoje faz uma semana sem ti e o dia é uma merda, veremos o amanhã, porque ontem estive a tua espera e hoje não apareceste, mas eu vou esperar e esperar até que a esperança de que isto tudo não
passa de um pesadelo, acabe...

sexta-feira

Pages..


Não esperava que tudo estivesse assim, o ano começou tão bem, resta lutar e virar para a página seguinte...

quinta-feira

Promessas que nunca se vão cumprir...


Não consigo ouvir outra música que não esta, estás bem patente ainda, tenho a tua bola e o teu rato para que um dia te possa devolver tudo com aquele abraço forte que tu sabes! Estamos juntos! 

quarta-feira

Até já!

Hoje despedi-me de ti, com o coração apertado, hoje caí em mim que foste mesmo embora e que não voltas, não voltas mesmo, por volta das 15 horas deparei-me novamente naquele vale sem retorno onde por tantas vezes já andei nestes últimos 13 anos, hoje ganhei outro motivo para lá vaguear mais 5 ou 6, para te sentir perto, para te sentir aqui, hoje estive lá e amanhã estarei lá novamente e sexta também e no fim de semana a minha presença não vai faltar... até perceber o porquê, até perceber porquê que ao longo destes 25 anos e mais uns pózinhos a vida me tem tratado assim, me tem posto fio de nylon atrás de fio de nylon para eu tropeçar nestes trambolhões que a minha vida dá, desde a partida dela que tem sido sempre assim, quando alguém bom aparece na minha vida, algum super mau acontece e tu sabes o que tinha acontecido na minha vida e quem tinha aparecido nela, falei-te nela e de ambas as vezes me disseste que valia a pena quando cá estão para nos fazer bem e nestes últimos tempos, enquanto ela me fazia bem, tu abandonaste o teu lugar e agora? E agora o que faço com a minha vida? O teu pai hoje pediu-me para ir lá a casa e antes que a tua família comece a decidir o que quer, ele pediu-me para ficar com a tua bola do Benfica e o teu rato do computador, ele disse-me que ambos o faziam lembrar de mim e ambos me iriam fazer lembrar de ti e amanhã lá estarei, mal sair do trabalho, vou directo a tua casa, tal e qual como no Verão quando saía e íamos logo a praia os dois, só que desta vez os calções não estarão presentes, nem tu... Vai me custar tanto entrar naquela casa, naquele quarto, onde já passámos horas e horas a jogar, horas e horas a dar aquelas conversas manhosas a miúdas, vai me custar o mundo, mas vou fazê-lo, por ti e por mim, pelo teu pai e pelo teu descanso.
Hoje despedi-me de ti mas não te deixei, nem nunca te vou deixar morrer dentro de mim nem dentro da nossa amizade, foste importante e serás sempre e o que eu serei amanhã terá a influência do que tu foste ontem e agradeço-te por isso... Não vale a pena continuar a proferir palavras por isto, prefiro guarda-las na amargura das minhas lágrimas e nas paredes do meu quarto que passou de branco para cinzento após hoje a tarde ter chegado a casa...

Vou deixar aqui aquela música que nos alegrava e nos fazia subir as colunas fosse qual fosse a discoteca da nossa noite
. https://www.youtube.com/watch?v=ZYG5W2TwVf4


Descansa em paz... 
"Poesia de quem sofre e canta sobre isso
Ouvida por quem socorre e sangra comigo
Pouca coisa me demove e o meu círculo é pequeno
Mas se chove ou pleno, não me falta abrigo.
Cada amigo é família, aqui não há meios termos
Não interessa ou não sermos filhos de pais diferentes
Sempre que precisei eles tiveram lá presentes
Porque é que para mim, antes de tudo, vêm eles."

Não foste só tu que partiste, eu parti contigo

Espero que estejam bem, espero que estejam descansados e que tenham ido em paz, vou levar-vos comigo no meu coração para sempre, um de forma mais afincada e interiorizada como aquelas noites que tínhamos em Santos ou no Arqui, outro mais abstractamente, mas com uma afinidade muito grande. São grandes, foram grandes e vão sê-lo sempre, não mereciam o que a vida vos proporcionou, o destino que foi escrito para vós, mereciam mais, bem mais, uma plateia de pé a inundar-vos de aplausos, mas em vez disso o que tiveram foi viagens e viagens a um hospital coberto de apupos. Vocês lutaram e tu meu irmão, foste enorme, mesmo quando ninguém já tinha esperança, tu rias, nunca te entregaste, nunca te curvaste, nunca desististe de nós, nem de ti, lutaste com tudo, mesmo sabendo  que seria uma batalha contra 1000 problemas, foste um exército de uma pessoa só e enfrentaste tudo, tenho muito orgulho em ti! E é em lágrimas que te escrevo isto, se que provavelmente quererias outro desfecho, eu quereria, gostava que voltasses a ser meu colega de equipa, naquelas paródias quando íamos jogar longe e vínhamos a entoar para casa "campeões, nós somos campeões", no tejadilho de um dos carros dos treinadores, lembro-me tão bem e a minha mãe ainda tem fotografias dessa era! Nada previa isto, eras tão saudável e foste embora assim, saudável de espírito, cultivando bem estar e boa disposição por toda a parte. Ontem, perdi uma das flores mais bonitas e coloridas do meu jardim, sempre cultivámos a nossa amizade, conheço-te desde os meus quê? 8 anos? Provavelmente e desde aí, passaram-se 17 anos e nada mudou, até dia 17...
Data um dos dias mais tristes da minha vida e foi uma tarde melancólica daquelas que já não me recordava, quando te vi ali deitado, estático, parado, morto... o meu coração disparou, senti um desespero interior inexplicável, uma sensação de impotência gritante, só me apetecia chorar, abraçar-te e chorar simplesmente, mas contive-me, em frente ao teu pai que me abraçou quando me viu, com uma força como se te tivesse a abraçar a ti, senti-o vivo naquele momento, mas acabado por dentro, espero que o guies daí de cima para não descampar nas garrafas que têm perdidas lá para casa..
Eu cá vou andando com os meus botões, por respeito tirei as nossas fotos daqui de casa e guardei-as numa caixa de uns Nike qualquer, juntamente com aquela camisola da equipa que tínhamos iguais, vai trazer-me sempre boas recordações tuas, nossas, mas acima de tudo vai fazer com que sinta que ainda estás aqui, que ainda apareces no ts e dizes aquele "tão" mesmo desleixado! Tenho esperança que de onde estejas, possas ler o que escrevo para ti aqui, apesar de nunca te ter contado este meu segredo, hoje gostava que lesses isso e logo quando me fosse deitar, sentir o teu abraço só mais uma vez, até breve! :')

terça-feira

Nem todos são iguais


Quando muita gente diz a maior parte tem idade para trabalhar, têm aqui um exemplo de que a vida lá fora é uma luta e é fácil falar quando ao final do dia temos o que comer e onde dormir.

Abraços que resolvem tudo

Nestes últimos tempos tens sido a minha missão sorriso, sempre com disposição para me ouvir, mesmo quando o dia não te corre de feição estás lá, puxas me para ti e afastas-me deste buraco em que o destino me decidiu meter. És a base de tudo, da força de vontade, da motivação, da coragem, não tenho como classificar o que tens feito e não quero continuar a cansar as palavras já proferidas para te contemplar.
És linda, não estou a falar fisicamente, apesar de também apresentares os teus traços bem delineados, mas é o teu interior que me cativa e me faz acreditar que vou conseguir ultrapassar isto, a maneira como desmantelas a minha carapaça, como penetras a minha defesa, como esmiúças aquilo que me apoquenta é inacreditável, a promiscuidade em que tenho vivido está a desvanecer graças ao teu sentido de me orientar, de me guiar tal e qual uma vara que guia um cego. Tens sido o meu espelho que nunca me mente e a minha sombra que nunca desaparece e espero que assim continues. Como aconteceu? Não faço ideia. O que sinto? Um carinho aquecido entre a preocupação e a confiança.
A nossa amizade é estranha, parece que não tem fases baixas, está a ser vivida numa intensidade como nunca vivi nenhuma amizade e se há coisa que me fascina é a maneira como me fazes ter vontade de falar contigo, horas e horas a fio, eu que odeio mexer no telemóvel, conseguiste impor-me uma necessidade, não sei se é bem essa palavra, mas conseguiste fazer com que eu queira ter iniciativa, queira falar, algo que não acontecia a muito tempo.
Com o tempo que tem passado tens te vindo a tornar numa muralha a minha volta e não queres que nada a atravesse, magoa-te que me magoem, chateia-te que me chateiem e entristeces-te com a minha tristeza, é lindo isso, não fazes ideia do orgulho que tenho em ti, especialmente por te ver triunfar na vida como tens feito até aqui e lutares por ti e por nós todos que te rodeamos ao mesmo tempo, no meio de tanto azar, apareceste-me tu, o meu trevo de quatro folhas, o meu toldo para os dias mais chuvosos, o cachecol que abraça o meu pescoço no frio imenso que tenho sentido a voz angelical que me livra dos conselhos do diabo, tens sido tudo isto e nem reparas nisso, no que provocas em mim, na pessoa que me tornas, na maneira como cresço com o que me dizes, é inexplicável. 
Aguardo que nunca te vás embora e falo a sério, não consigo viver sem ti, fazes parte do meu ecossistema, passaste de um átomo na minha vida a uma molécula e não há excessos, é a verdade, tornas-me uma pessoa mais forte, mais determinada mas não só, tornas-me mole por dentro, não consigo ser duro ou seco contigo, parte-me a cabeça ter que te responder mal e ignorar-te, está fora de questão, não sei o que me estás a fazer, mas é bom, muito bom e só espero que continue até eu poder voltar a caminhar sozinho novamente.
Por enquanto, a minha viagem melhorou bastante, as paisagens são mais coloridas, as condições climatéricas aqueceram e os passeios não são tão melancólicos, contigo, tudo ficou mais fácil.
És a razão do meu sorriso mais rasgado e o pior é que tu sabes tão bem disso quanto eu.
Um eterno obrigado!  

segunda-feira

Em sentido e sem sentido

Pensava eu que não fazia sentido as pessoas que diziam que sentiam a maior dor de todas, até me aperceber que o meu mundo tinha um pilar, um motivo, uma razão para me fazer continuar a acreditar nisso. Iludia-me dia-a-dia com o facto de que isso nunca iria acontecer e mesmo que acontecesse, conseguiria superar tudo sozinho e de que nunca iria precisar de ninguém. E foi exactamente aí que me enganei...
Hoje sei o que é sentir o céu a cair, o mundo a ser totalmente destruído e o universo a explodir num só segundo. E sabes? Doeu mais do que alguma vez algo doeu, mais do que fracturar qualquer membro, mas do que um "não falo mais contigo". Foi uma dor diferente. E tudo mudou!
Mudou porque não te tenho. Já não tenho o calor do teu abraço, a ternura da tua voz, o toque suave que tinhas, o mau feitio que me dava mais e mais vontade de estar a teu lado porque me desafiavas a cada segundo e me ensinavas a lutar pelos meus ideais com a garra de uma super mulher, tal como tu.
Confesso que te julgava eterna. Julgava que iria ter o prazer de viver contigo até encontrar o meu caminho, julguei tanto e acabei desiludido. Não contigo, mas com a vida, a vida que acabou a partir do momento em que desapareceste e em que me cá deixaste, desamparado, as voltas neste compasso sem grafite para desenhar os meus caminhos, ou sem um "estou aqui" como tantas vezes me dizias.
Pior que te perder, foi mesmo o facto de te ver ir aos poucos e sentir-me sempre frustrado por não te conseguir ajudar,não ficaste doente sozinha, o meu coração adoeceu contigo e nunca mais se vai curar, há sequelas e sequelas, mas a tua, ficará para vida, uma cicatriz no meu córtex frontal. Mais frustrante é pensar em tudo o que dissemos um ao outro, que não íamos desistir, que íamos enfrentar aquelas horas de quimio e lutar com tudo o que tivéssemos.
Desculpa, desculpa ter falhado, desculpa ter ido visitar-te naquele último dia, em que já não falavas, quase não abrias os olhos, mas fizeste um esforço, para mim, lembro-me tão bem, fui a única pessoa para quem os abriste no teu último dia. Não dependia da minha vontade, não dependia da minha força ou do meu modo de enfrentar tudo. Não dependia de ninguém mas mesmo assim, eu tentei, eu juro-te, tentei com tudo o que tinha e tudo o que não tinha e o que eu chorei naquele corrimão após ter saído da tua sala, rodeado de frases vazias mas cheias de intenções, "ela vai ficar bem", "está tudo bem" ou "tu és forte", eu sabia que nada disso era verdade, nem eu era forte, nem tu ias ficar bem nem tudo estava bem, nem hoje mesmo está.
E agora... agora dói e vai continuar a doer, eu choro e vou continuar a chorar mas de uma maneira diferente e simples, mudo e quieto. é assim a minha dor.
Porque não preciso de chorar em frente a ninguém ou até mesmo falar de ti para saberes que sinto a tua falta e que sem ti a vida perdeu a cor ou o sentido que tu lhe davas. E abdicaria de tudo só para te poder dar mais um abraço ou ouvir um grito teu a mandar-me tomar banho ou para a cama depois do jantar. 
O amor, esse é inquestionável e está bem patente aqui dentro, longe dos olhares curiosos ou das perguntas carregadas de farpas de quem não tem vida própria, é eterno e na minha cabeça tu fazias todo um sentido e esse sentido e continuar esta caminhada para te mostrar que continuas viva em mim. Eu a
mo-te mais do que isto, mas as vezes as palavras são difíceis de proferir, complicadas de ingerir e intrigáveis de digerir, porque não estás aqui.

Os aniversários da Vida

Mais um ano, mais um ano em que a rotina é banalizada em prol do teu dia, em que o que é rotina é ver-te, sentir-me perto de ti, devagar, não é preciso pressas, não vais a lado nenhum não é verdade... E como eu queria que fosses, ou que me pudesses levar como tantas vezes levaste, que bons que eram aqueles passeios, jardim da Estrela, jardim da Parada, Belém, parque do moinho, Alvito, parque do Índios, bem podia estar aqui todo um dia a recordar onde me fizeste feliz e infelizmente onde não poderás fazer mais...
Venho para desgastar um pouco mais as palavras que já conhecem o seu destinatário de cor, onde a morada está alojada no meu coração e o código postar é escrito através de lágrimas, são mais de 10 anos a endereçar-te o que sinto, sem nunca obter uma resposta, visão ou um carinho de retorno, mas não me canso, em vez disso, procuro nos álbuns que nos deixaste, os banhos, os abraços e as brincadeiras que tinhas comigo, ainda hoje a cama tem aquele espaço guardado para te sentares e veres o Rei do Gado ou o Cravo e a Rosa, a minha estante ainda tem todos os teus cds de Leandro e Leonardo ou os TOP+ de Portugal.
Sabes que é com grande egoísmo que te digo que sinto a tua falta e de que maneira, não acho de modo algum que me tornei numa má pessoa ou me descarrilei para os maus carris da vida, mas tenho a opinião que contigo nela, só tornaria tudo melhor, já imaginaste? Irmos de férias, comigo a conduzir como tu sempre dizias? Irmos as compras sem precisarmos de ir quando a loja abre para não termos de esperar por um táxi? Ia ser tudo tão diferente do que é hoje e acho que gosto tanto de conduzir porque me faz bastante lembrar do que me dizias, a independência é um posto, não precisarmos de ninguém é uma dádiva, mas eu preciso e vou precisar sempre, nós sempre precisamos de alguém.
Não te vou apontar o dedo por me teres dito que arranjamos sempre uma solução, que nunca nos íamos separar ou que jamais eu teria de lidar com os meus problemas sozinho, porque honestamente, não me mentiste, só não me disseste que não era contigo, deixaste-me um homem que é pau para toda a obra, que ainda me cuida como se eu tivesse aqueles precários 12 anos de quando te foste embora e apesar de todas as cabeçadas que damos um ao outro, acho que não existe maior união que a nossa, ele teve de ocupar o lado dele e o teu e acredita, fê-lo com todo o amor e dedicação que tu sempre fizeste, não foi o mesmo, mas não podia estar mais agradecido, quando toda a gente pensava que ele se ia embora, ele ficou e mostrou que tu não eras um acaso na vida dele, sei que ele também sente muito a tua falta e em dias de maior desnorte, ainda o oiço a dizer "andas por aqui que eu sei".
A semana do teu aniversário, esta semana, mata-me por dentro, 3 aniversários de pessoas fulcrais na minha vida e só ele está aqui comigo, muitas das vezes não sei como lidar com isso e apesar das minhas duas décadas de existência, parece que estive encubado 12 anos dentro de um casulo, não deixavas que ninguém o penetrasse. As pessoas acham-me um bocado gelado, até mesmo antipático e cético em relação a vida, dizem que me formei com os teus valores mas não com a tua calma, já me disseram mesmo que tu és a causa de eu ser assim, não nego, custa-me ouvir certas coisas e não ficar magoado, mas quando comparado contigo, tudo para mim é um elogio, se alguém te conhecesse como nós te conhecemos, ninguém abriria a boca para falar de ti ou até mesmo de nós, éramos o 3 em 1 perfeito, eu que invadia a nossa casa pela pequena janela da casa de banho quando se esqueciam das chaves em casa, tu que cozinhavas como ninguém, aqueles pastéis de bacalhau artesanais ou aquele arroz de pato que nunca mais vou saborear nada igual, ele que mesmo cansado depois de um dia a aturar gente parva, nos fazia as vontades e íamos jantar fora ou ao estádio, que trio que éramos.
Resta-me desejar-te um feliz aniversário e esperar que para o ano esteja cá novamente e possa estar contigo da mesma maneira que tenho estado nestes últimos anos, sei que nunca vais ler isto, mas adorna-me o sorriso saber que ainda me consigo dirigir a ti.
Amo-te

domingo

Mood





"Tenho saudades de momentos

Que nunca mais vou encontrar
A vida talvez sejam só 3 dias
Eu quero andar sempre devagar
Até a ti chegar..."

sábado

Peace Quotes

"Já são 6 ou 7 anos sem panos na testa, 
3 deles perderam-se em festas drogas maradas,
que agora não me dizem nada,
e a desculpa que eu usava era a minha ex namorada.
Mas eu nunca vou cair, por isso decidi
passar e escrever capítulos sobre os antigos
e disse, não vou sair desde que percebi,
que a força para tar aqui, veio dos meus amigos!"

quarta-feira

Quotess

"Deixa-me respirar, flow positivo
Agora é tarde demais para te ressentires, vive
Não esperes conhecer a morte para te sentires vivo
Precisas de amar a vida para te sentires livre."

domingo

A incoerência do futuro

Não entendo, a sério que não, a reforma deveria ser passada a agradar os bons prazeres da vida, a relembrar o que fomos, o que nos tornamos, se valeu a pena, se vamos em paz um dia, mas nada disso é verdade, nesta semana a realidade destes factos bateu-me com toda a força que poderia bater, logo num dos meus pontos mais fracos.
Cada vez entendo menos os conceitos bíblicos, a fé em alguém superior a nós que nos congratula quando cumprimos as suas promessas, quando somos seus seguidores, quando praticamos o bem, como é que alguém que dedica a sua vida a quem ama, filhos, netos, irmãos, alguém que lutou 80 anos da sua vida, alguém que passou pela fase da seca, pela fase da fome, pela fase da agricultura, que nunca baixou os braços, levou e deu, foi a luta, pode acabar o resto dos seus dias numa cadeira de rodas, eu entendo que não temos que esperar a morte para nos sentirmos vivos, mas que condutas são estas, "viva uma vida longa e próspera", onde está a prosperidade numa cadeira de rodas? É com 80 anos que vamos assumir um novo desafio? Isso mata-os por dentro, depois de uma vida de sacrifício ainda terem de lidar com este tipo de situações? Inaceitável! Não consigo mesmo entender a hipocrisia de rezarmos duas ou três vezes todos os dias, para acabarmos assim, não quero culpar na fé tudo o que está a acontecer, mas é do mais hipócrita que existe...
Sabes que estarei aqui para tudo, para te erguer, para lutar pelo teu sorriso, tal como lutaste pelo meu e ainda lutas, tu não morreste por dentro, vives bem dentro de mim e no que depender, serão os melhores anos da tua vida!

sábado

Fases de uma faceta sem facenhas

Por vezes penso, gostava de a ter conhecido noutra fase que não esta, onde tivesse outra face para  a congratular que não a que apresento agora, existem por aí muitas mentes moldadas a plasticina, a minha nunca foi, enquanto ela não apareceu.
Ela ouve-me e pergunta porquê, aconselha-me e pergunta porquê, faz-me andar as voltas dos meus pensamentos tal e qual compasso e pergunta o porquê, sabem porquê? Porque a objectividade das perguntas dela é fazer com que eu me organize na desorganização que está a minha vida.
Ela é estranha, fala pouco dela, fecha-se, tal e qual rainha de copas, mas aqui e ali vai soltando um pouco de si, nem em excesso, nem em minoria, a quantidade perfeita, para me manter interessado.
Eu sempre pensei ser tal e qual gelo, guardar o que é meu para mim e o que é dos outros ainda melhor, pois com ela não consigo, desarma-me com um básico "porquê", com a simplicidade de um "só falas se quiseres" e lá vou eu por ali abaixo, tudo o que me atormenta, tudo o que me chateia mesmo cá dentro, sai de mim sem eu poder controlar o porquê, novamente, ela é estranha.
Tem sido o palco das minhas emoções, o pedestal onde deixo ficar cada bocado do que me faz mal, sinto-me egoísta, ela ouve-me, sem retorquir, sem falar do que se passa com ela, põe isso de lado para me ouvir, se calhar pensa que eu não sei, mas já a vou conhecendo.
Quem olha para ela não nota, que ao longo da sua agressividade e espontaneidade, há uma pessoa magoada, que luta contra os seus medos sem saber que armas pode usar, tenta reagir a um passado pouco favorável, tentando erguendo um futuro em volto de sorrisos e abraços num presente difícil, embora a constante mudança não a tenha ajudado, provou-lhe que quem ri por último, ri melhor.
A intensidade com que vive cada instante por vezes atropela-lhe o pensamento e faz com que tenha uma reacção completamente descontextualizada da situação, muitas vezes divertida outras vezes nem tanto. Mas a delicadeza com que ouve um amigo é que me comove e faz com que me concentre em contar-lhe até o que não era preciso. Ela já quis ver isto, tem vontade de repassar a vista pelo meu passado aqui, descobrir a prioridade e centralização que dou aquela pessoa especial, perceber o quanto significou e significa para mim, mas não tem coragem de me perguntar,, eu sei que ela está curiosa e que por um lado, quer muito saber porque sou assim, eu próprio gostava de saber porquê que ela é assim, espero que um dia ambos tenhamos coragem de nos revelar um ao outro sem filtros, pudores ou vergonhas, pode ser que se surpreenda.
Mas por agora, vamos deslizando nos segredos e epopeias que nos assombram o presente, as correntes que nos mantêm presos a um passado nefasto são duras e fortes, vai demorar a ter que lacera-las e enterra-las, mas estamos cá para o que der e vier, não sei o que somos honestamente, bons amigos ou conhecidos que partilham uma dor que nos conecta a um mundo de insegurança e sensibilidade. Bem, sendo o que somos, estou a gostar de partilhar tudo isto contigo e mesmo que nunca venhas a ler isto, um muito obrigado do fundo do meu coração!

terça-feira

Ainda Te Escrevo

É isso mesmo, ainda te escrevo e sei que ainda lês, sei que ainda observas daí de cima o que se vai passando cá por baixo, na verdade, ainda te escrevo porque sei que me ouves, que me entendes e que ajudas, nada muda o facto de tudo ter sido prematuro, doloroso e muito desgastante mas a história da minha vida é mesmo esta e com ela que tenho que caminhar para a próxima etapa.
A frase que tenho nas costas "So tell that someone what you are thinking of, if tomorrow never comes", retrata na perfeição todo este sofrimento, eu não tive tempo para dizer o quanto te amava, o quanto o meu equilíbrio dependia das tuas pernas, como o meu chão era plano com o teu deslize, como os meus olhos admiravam os teus caracóis, infelizmente todo esse tempo me foi roubado, o tapete foi me tirado do chão e eu tive que lidar com os danos que a queda me proporcionou, tive que crescer cedo demais e em parte a culpa é tua, mimavas-me muito, ficar aos pés da minha cama até adormecer, pequeno almoço feito, e computador novo quando critiquei aquele velho que nos haviam oferecido, fazendo uma retrospectiva, eu não vivia, eu sonhava, porque a minha vida não passava de isso mesmo, um sonho e quando te levaram foi como se me acordassem de um sono profundo 12 anos mais tarde e dissessem "agora desenmerda-te".
Nunca me chegaste a ver com barba, é chato sabes, ter que desfazê-la porque o patrão não gosta ou porque a namorada diz que pica, também não me viste a fazer a depilação com cera quente, ias achas que tenho algum complexo com pelos, mas não, apenas gosto das pernas "limpas", gostava que visses a maneira como cresci, o que hoje em dia tenho, corri atrás de tudo e ainda corro, consegui uma casa, um carro e um emprego do qual me posso orgulhar, hoje sou eu que escolho o computador que quero comprar ou o que quero vestir, tenho saudades da roupa da La redoute que mandavas vir para mim, de alguma maneira era engraçado ver roupa a chegar pelo correio.
Queria que conhecesses o meu cão, o Bugs, é terrível, rata tudo o que encontra e ainda me assalta o caixote, que peste! Desejava poder passear contigo mais uma vez, como fazíamos pelo jardim da parada depois de um almoço na casa da minha avó, lembraste? Claro que te lembras, és como eu, nunca te esqueces dos bons momentos.
Mas na verdade desta redundância toda, ainda te escrevo porque por vezes sinto necessidade de falar contigo, dizer-te o que me vai na alma e esperar um conselho teu, como quando eu estudava e tu me disseste o que fazer quando apanhaste aquele bilhete que dizia "queres namorar comigo? sim ou não", conselhos que valiam ouro e o meu ar envergonhado dizia tudo. Tenho a certeza que não me ensinaste tudo o que me podias ensinar, sinto saudades daquele empadão, daqueles pasteis de bacalhau, sinto saudades tuas, saudades nossas, há uma música, do Luan Santana que me faz sempre lembrar de ti, chamada "Te vivo" e eu ainda te vivo e de que maneira! Podia me ter tornado num revoltado, podia ter seguido por maus caminhos, mas mantive-me rijo, seguindo as tuas regras, "nunca pegues num cigarro", "nunca aceites nada de ninguém", "ouve os mais velhos" e hoje estou aqui e alguns desses conselhos ainda ecoam na minha cabeça, e o pseudónimo que usavas para me tratar, "piolho", o teu piolho, nunca me esquecerei disso, só queria mais uma oportunidade como tantas tive nos meus sonhos, para desta ver não deixar nada por dizer, mas como isso nunca vai acontecer, vou te escrevendo...

quinta-feira

Daemons

Todos nós possuímos "Deamons", há sempre algo que nos atormenta mas que ninguém sabe.
Para quem não sabe, Deamon é um termo técnico informático, que serve para um programa que corre de fundo no nosso computador sem precisar de um usuário para o iniciar, corre simplesmente, independentemente daquilo que possa causar, eliminando estas explicações todas, termos e tudo mais,
a verdade é que, nós temos Deamons.. onde? No nosso subconsciente.


Aquela voz de fundo que ouvimos, que questionamos, que nos diz que não somos capazes, aliada aquela má recordação onde vacilámos no trabalho, onde reprovámos no exame de condução, mesmo após termos sucesso, torna-se num Deamon, a partir daí sempre que estivermos em situação em que não sabemos como decidir, esse Deamon, ainda que ultrapassado, vai retornar, moer-nos a cabeça e fazer-nos acreditar que não é possível.
Eu tenho bastantes e as vezes torna-se psicótico, tanta coisa para processar, tantos "bugs" que tive durante o meu crescimento, o olhar para quem fui e para quem sou, a eterna questão, "Sabes o que vais estar a fazer daqui a 5 anos?" e a outra "Há 5 anos imaginavas-te assim?", já pensaram nisso? Já olharam para trás e imaginavam que hoje iam ser quem são, ou já olharam para a frente e acreditam que daqui em diante serão assim? A sociedade muda-nos a todos, incute-nos o sentimento de necessidade, o consumismo, o materialismo e todos estes "ismos" que hoje não conseguimos viver sem. Tento abstrair-me disso, tento manter-me fiel a pessoa que sempre fui, mas as vezes é complicado, em momentos de indecisão, esses Deamons voltam e mudam a nossa maneira de pensar como um simples click num interruptor desgastado.
Será que alguma vez nos veremos livres deles? Existirá a cura para estes Deamons? Para este backup que é o nosso sistema cognitivo? Eu não sei, só sei que hoje vou ter de lutar contra eles novamente.

quarta-feira

Livros!


Olá pessoal, sei que este post vem quase um ano depois do último, já pareço um daqueles youtubers que agora é famoso e não quer ligar ao blog, mas não, apenas tenho tido outras prioridades, nada mais!
A minha questão de hoje é, livros? Com a Feira do Livro a aproximar-se (começa amanhã em Lisboa), queria algumas ideias de bons livros para poder comprar este ano, estou um bocado cansado dos romances e admito que adoro os
livros que tenho lido do Cury, but preciso de algo novo.
Sugestões?