sexta-feira

Chuva

Dizem que quem anda a chuva molha-se e eu tenho me molhado imenso neste molho que a vida me tem dado a provar, com um gosto não muito doce, entre toques de ternura e felicidade, tem me brindado com um sabor mais amargo, como podem querer que goste? Nesta chamada tento ouvir a vida chamar por mim mas não consigo captar nenhum sinal, só o sinal vermelho que não teima em abrir a um novo mundo justo, justamente quando eu pensava que se estava tudo a compor, compondo e dedicando-me a 200% a quem se dedica a mim, com frases e mensagens sentidas, no sentido de conseguir um dia erguer de novo o ego que uma vez foi perdido na perdição que este mundo nos traz de gula e ganância andamos de marcha atrás sempre que nos cruzamos com a tentação.
A vida ensina-nos a ser duros quando estamos mais frágeis e é nesta fase mais descendente que mais pedem de nós, com que vontade é que vamos lutar, quando estamos prestes a desistir de tudo é que nos pedem para rebater, quando estamos perto de ir embora é que nos mostram que querem que fiquemos, com que irreverência é que vamos aceitar isso? Sinto uma ambiguidade em mim que já não tenho como reagir, não sei se deva lutar, se deva aceitar que e esperar pelo desfecho ou se deva tentar algo que não foi tentado antes, estou de mão atadas e cada vez mais o nó é mais complexo e a dor mais permanente e vincada nos meus pulsos, não sei o que fazer para ajudar mas sei que não é todo solução ir embora e que isso só iria piorar o que já está mal sempre.
Não sei o que fazer e sinto-me perdido neste caminho robusto e patinado, coberto por pedras, supostamente usadas para construir o meu castelo mais tarde, mas parece-me que essa fortaleza nunca vai realmente existir.
Só espero que o dia de amanhã seja mais brilhante que o de ontem, porque o hoje está a remoer-me por dentro.

Tenho saudades tuas.

domingo

Ainda estou a espera

Uma semana sem ti, ainda estou a espera, ainda te espero como naquela tarde, a hamburgueria do bairro ainda tem a mesa marcada, o filme ainda está no cinema e nós ainda não acreditamos que foste embora assim, sem culpa, sem noção, sem nada.
Uma semana sem ti e tudo está mudado, muito deixou de fazer sentido e colocou tudo em sentido, agora só me falta descobrir o sentido a seguir e que sentido tem isto tudo na minha vida, dou por mim a passear os olhos nos nossos vídeos de juniores, é tão estranho quando ouves a voz de alguém que já não é presente, apetece-te sei lá, ouvi-la mais vezes, conversar com ela, interagir... tenho tanta coisa para te perguntar, tenho tanto para perceber quando foi a percepção que te levou de nós, como, o que ias a fazer, que música ia a tocar no rádio, não dá para entender, és sempre tão astuto, tão responsável, não havia mesmo outra maneira? É injusto estar a tocar nisto, mas não me entra na cabeça, na verdade, nada disto entra... Mas tenho que me habituar, hoje faz uma semana sem ti e o dia é uma merda, veremos o amanhã, porque ontem estive a tua espera e hoje não apareceste, mas eu vou esperar e esperar até que a esperança de que isto tudo não
passa de um pesadelo, acabe...

sexta-feira

Pages..


Não esperava que tudo estivesse assim, o ano começou tão bem, resta lutar e virar para a página seguinte...

quinta-feira

Promessas que nunca se vão cumprir...


Não consigo ouvir outra música que não esta, estás bem patente ainda, tenho a tua bola e o teu rato para que um dia te possa devolver tudo com aquele abraço forte que tu sabes! Estamos juntos! 

quarta-feira

Até já!

Hoje despedi-me de ti, com o coração apertado, hoje caí em mim que foste mesmo embora e que não voltas, não voltas mesmo, por volta das 15 horas deparei-me novamente naquele vale sem retorno onde por tantas vezes já andei nestes últimos 13 anos, hoje ganhei outro motivo para lá vaguear mais 5 ou 6, para te sentir perto, para te sentir aqui, hoje estive lá e amanhã estarei lá novamente e sexta também e no fim de semana a minha presença não vai faltar... até perceber o porquê, até perceber porquê que ao longo destes 25 anos e mais uns pózinhos a vida me tem tratado assim, me tem posto fio de nylon atrás de fio de nylon para eu tropeçar nestes trambolhões que a minha vida dá, desde a partida dela que tem sido sempre assim, quando alguém bom aparece na minha vida, algum super mau acontece e tu sabes o que tinha acontecido na minha vida e quem tinha aparecido nela, falei-te nela e de ambas as vezes me disseste que valia a pena quando cá estão para nos fazer bem e nestes últimos tempos, enquanto ela me fazia bem, tu abandonaste o teu lugar e agora? E agora o que faço com a minha vida? O teu pai hoje pediu-me para ir lá a casa e antes que a tua família comece a decidir o que quer, ele pediu-me para ficar com a tua bola do Benfica e o teu rato do computador, ele disse-me que ambos o faziam lembrar de mim e ambos me iriam fazer lembrar de ti e amanhã lá estarei, mal sair do trabalho, vou directo a tua casa, tal e qual como no Verão quando saía e íamos logo a praia os dois, só que desta vez os calções não estarão presentes, nem tu... Vai me custar tanto entrar naquela casa, naquele quarto, onde já passámos horas e horas a jogar, horas e horas a dar aquelas conversas manhosas a miúdas, vai me custar o mundo, mas vou fazê-lo, por ti e por mim, pelo teu pai e pelo teu descanso.
Hoje despedi-me de ti mas não te deixei, nem nunca te vou deixar morrer dentro de mim nem dentro da nossa amizade, foste importante e serás sempre e o que eu serei amanhã terá a influência do que tu foste ontem e agradeço-te por isso... Não vale a pena continuar a proferir palavras por isto, prefiro guarda-las na amargura das minhas lágrimas e nas paredes do meu quarto que passou de branco para cinzento após hoje a tarde ter chegado a casa...

Vou deixar aqui aquela música que nos alegrava e nos fazia subir as colunas fosse qual fosse a discoteca da nossa noite
. https://www.youtube.com/watch?v=ZYG5W2TwVf4


Descansa em paz... 
"Poesia de quem sofre e canta sobre isso
Ouvida por quem socorre e sangra comigo
Pouca coisa me demove e o meu círculo é pequeno
Mas se chove ou pleno, não me falta abrigo.
Cada amigo é família, aqui não há meios termos
Não interessa ou não sermos filhos de pais diferentes
Sempre que precisei eles tiveram lá presentes
Porque é que para mim, antes de tudo, vêm eles."

Não foste só tu que partiste, eu parti contigo

Espero que estejam bem, espero que estejam descansados e que tenham ido em paz, vou levar-vos comigo no meu coração para sempre, um de forma mais afincada e interiorizada como aquelas noites que tínhamos em Santos ou no Arqui, outro mais abstractamente, mas com uma afinidade muito grande. São grandes, foram grandes e vão sê-lo sempre, não mereciam o que a vida vos proporcionou, o destino que foi escrito para vós, mereciam mais, bem mais, uma plateia de pé a inundar-vos de aplausos, mas em vez disso o que tiveram foi viagens e viagens a um hospital coberto de apupos. Vocês lutaram e tu meu irmão, foste enorme, mesmo quando ninguém já tinha esperança, tu rias, nunca te entregaste, nunca te curvaste, nunca desististe de nós, nem de ti, lutaste com tudo, mesmo sabendo  que seria uma batalha contra 1000 problemas, foste um exército de uma pessoa só e enfrentaste tudo, tenho muito orgulho em ti! E é em lágrimas que te escrevo isto, se que provavelmente quererias outro desfecho, eu quereria, gostava que voltasses a ser meu colega de equipa, naquelas paródias quando íamos jogar longe e vínhamos a entoar para casa "campeões, nós somos campeões", no tejadilho de um dos carros dos treinadores, lembro-me tão bem e a minha mãe ainda tem fotografias dessa era! Nada previa isto, eras tão saudável e foste embora assim, saudável de espírito, cultivando bem estar e boa disposição por toda a parte. Ontem, perdi uma das flores mais bonitas e coloridas do meu jardim, sempre cultivámos a nossa amizade, conheço-te desde os meus quê? 8 anos? Provavelmente e desde aí, passaram-se 17 anos e nada mudou, até dia 17...
Data um dos dias mais tristes da minha vida e foi uma tarde melancólica daquelas que já não me recordava, quando te vi ali deitado, estático, parado, morto... o meu coração disparou, senti um desespero interior inexplicável, uma sensação de impotência gritante, só me apetecia chorar, abraçar-te e chorar simplesmente, mas contive-me, em frente ao teu pai que me abraçou quando me viu, com uma força como se te tivesse a abraçar a ti, senti-o vivo naquele momento, mas acabado por dentro, espero que o guies daí de cima para não descampar nas garrafas que têm perdidas lá para casa..
Eu cá vou andando com os meus botões, por respeito tirei as nossas fotos daqui de casa e guardei-as numa caixa de uns Nike qualquer, juntamente com aquela camisola da equipa que tínhamos iguais, vai trazer-me sempre boas recordações tuas, nossas, mas acima de tudo vai fazer com que sinta que ainda estás aqui, que ainda apareces no ts e dizes aquele "tão" mesmo desleixado! Tenho esperança que de onde estejas, possas ler o que escrevo para ti aqui, apesar de nunca te ter contado este meu segredo, hoje gostava que lesses isso e logo quando me fosse deitar, sentir o teu abraço só mais uma vez, até breve! :')

terça-feira

Nem todos são iguais


Quando muita gente diz a maior parte tem idade para trabalhar, têm aqui um exemplo de que a vida lá fora é uma luta e é fácil falar quando ao final do dia temos o que comer e onde dormir.

Abraços que resolvem tudo

Nestes últimos tempos tens sido a minha missão sorriso, sempre com disposição para me ouvir, mesmo quando o dia não te corre de feição estás lá, puxas me para ti e afastas-me deste buraco em que o destino me decidiu meter. És a base de tudo, da força de vontade, da motivação, da coragem, não tenho como classificar o que tens feito e não quero continuar a cansar as palavras já proferidas para te contemplar.
És linda, não estou a falar fisicamente, apesar de também apresentares os teus traços bem delineados, mas é o teu interior que me cativa e me faz acreditar que vou conseguir ultrapassar isto, a maneira como desmantelas a minha carapaça, como penetras a minha defesa, como esmiúças aquilo que me apoquenta é inacreditável, a promiscuidade em que tenho vivido está a desvanecer graças ao teu sentido de me orientar, de me guiar tal e qual uma vara que guia um cego. Tens sido o meu espelho que nunca me mente e a minha sombra que nunca desaparece e espero que assim continues. Como aconteceu? Não faço ideia. O que sinto? Um carinho aquecido entre a preocupação e a confiança.
A nossa amizade é estranha, parece que não tem fases baixas, está a ser vivida numa intensidade como nunca vivi nenhuma amizade e se há coisa que me fascina é a maneira como me fazes ter vontade de falar contigo, horas e horas a fio, eu que odeio mexer no telemóvel, conseguiste impor-me uma necessidade, não sei se é bem essa palavra, mas conseguiste fazer com que eu queira ter iniciativa, queira falar, algo que não acontecia a muito tempo.
Com o tempo que tem passado tens te vindo a tornar numa muralha a minha volta e não queres que nada a atravesse, magoa-te que me magoem, chateia-te que me chateiem e entristeces-te com a minha tristeza, é lindo isso, não fazes ideia do orgulho que tenho em ti, especialmente por te ver triunfar na vida como tens feito até aqui e lutares por ti e por nós todos que te rodeamos ao mesmo tempo, no meio de tanto azar, apareceste-me tu, o meu trevo de quatro folhas, o meu toldo para os dias mais chuvosos, o cachecol que abraça o meu pescoço no frio imenso que tenho sentido a voz angelical que me livra dos conselhos do diabo, tens sido tudo isto e nem reparas nisso, no que provocas em mim, na pessoa que me tornas, na maneira como cresço com o que me dizes, é inexplicável. 
Aguardo que nunca te vás embora e falo a sério, não consigo viver sem ti, fazes parte do meu ecossistema, passaste de um átomo na minha vida a uma molécula e não há excessos, é a verdade, tornas-me uma pessoa mais forte, mais determinada mas não só, tornas-me mole por dentro, não consigo ser duro ou seco contigo, parte-me a cabeça ter que te responder mal e ignorar-te, está fora de questão, não sei o que me estás a fazer, mas é bom, muito bom e só espero que continue até eu poder voltar a caminhar sozinho novamente.
Por enquanto, a minha viagem melhorou bastante, as paisagens são mais coloridas, as condições climatéricas aqueceram e os passeios não são tão melancólicos, contigo, tudo ficou mais fácil.
És a razão do meu sorriso mais rasgado e o pior é que tu sabes tão bem disso quanto eu.
Um eterno obrigado!  

segunda-feira

Em sentido e sem sentido

Pensava eu que não fazia sentido as pessoas que diziam que sentiam a maior dor de todas, até me aperceber que o meu mundo tinha um pilar, um motivo, uma razão para me fazer continuar a acreditar nisso. Iludia-me dia-a-dia com o facto de que isso nunca iria acontecer e mesmo que acontecesse, conseguiria superar tudo sozinho e de que nunca iria precisar de ninguém. E foi exactamente aí que me enganei...
Hoje sei o que é sentir o céu a cair, o mundo a ser totalmente destruído e o universo a explodir num só segundo. E sabes? Doeu mais do que alguma vez algo doeu, mais do que fracturar qualquer membro, mas do que um "não falo mais contigo". Foi uma dor diferente. E tudo mudou!
Mudou porque não te tenho. Já não tenho o calor do teu abraço, a ternura da tua voz, o toque suave que tinhas, o mau feitio que me dava mais e mais vontade de estar a teu lado porque me desafiavas a cada segundo e me ensinavas a lutar pelos meus ideais com a garra de uma super mulher, tal como tu.
Confesso que te julgava eterna. Julgava que iria ter o prazer de viver contigo até encontrar o meu caminho, julguei tanto e acabei desiludido. Não contigo, mas com a vida, a vida que acabou a partir do momento em que desapareceste e em que me cá deixaste, desamparado, as voltas neste compasso sem grafite para desenhar os meus caminhos, ou sem um "estou aqui" como tantas vezes me dizias.
Pior que te perder, foi mesmo o facto de te ver ir aos poucos e sentir-me sempre frustrado por não te conseguir ajudar,não ficaste doente sozinha, o meu coração adoeceu contigo e nunca mais se vai curar, há sequelas e sequelas, mas a tua, ficará para vida, uma cicatriz no meu córtex frontal. Mais frustrante é pensar em tudo o que dissemos um ao outro, que não íamos desistir, que íamos enfrentar aquelas horas de quimio e lutar com tudo o que tivéssemos.
Desculpa, desculpa ter falhado, desculpa ter ido visitar-te naquele último dia, em que já não falavas, quase não abrias os olhos, mas fizeste um esforço, para mim, lembro-me tão bem, fui a única pessoa para quem os abriste no teu último dia. Não dependia da minha vontade, não dependia da minha força ou do meu modo de enfrentar tudo. Não dependia de ninguém mas mesmo assim, eu tentei, eu juro-te, tentei com tudo o que tinha e tudo o que não tinha e o que eu chorei naquele corrimão após ter saído da tua sala, rodeado de frases vazias mas cheias de intenções, "ela vai ficar bem", "está tudo bem" ou "tu és forte", eu sabia que nada disso era verdade, nem eu era forte, nem tu ias ficar bem nem tudo estava bem, nem hoje mesmo está.
E agora... agora dói e vai continuar a doer, eu choro e vou continuar a chorar mas de uma maneira diferente e simples, mudo e quieto. é assim a minha dor.
Porque não preciso de chorar em frente a ninguém ou até mesmo falar de ti para saberes que sinto a tua falta e que sem ti a vida perdeu a cor ou o sentido que tu lhe davas. E abdicaria de tudo só para te poder dar mais um abraço ou ouvir um grito teu a mandar-me tomar banho ou para a cama depois do jantar. 
O amor, esse é inquestionável e está bem patente aqui dentro, longe dos olhares curiosos ou das perguntas carregadas de farpas de quem não tem vida própria, é eterno e na minha cabeça tu fazias todo um sentido e esse sentido e continuar esta caminhada para te mostrar que continuas viva em mim. Eu a
mo-te mais do que isto, mas as vezes as palavras são difíceis de proferir, complicadas de ingerir e intrigáveis de digerir, porque não estás aqui.

Os aniversários da Vida

Mais um ano, mais um ano em que a rotina é banalizada em prol do teu dia, em que o que é rotina é ver-te, sentir-me perto de ti, devagar, não é preciso pressas, não vais a lado nenhum não é verdade... E como eu queria que fosses, ou que me pudesses levar como tantas vezes levaste, que bons que eram aqueles passeios, jardim da Estrela, jardim da Parada, Belém, parque do moinho, Alvito, parque do Índios, bem podia estar aqui todo um dia a recordar onde me fizeste feliz e infelizmente onde não poderás fazer mais...
Venho para desgastar um pouco mais as palavras que já conhecem o seu destinatário de cor, onde a morada está alojada no meu coração e o código postar é escrito através de lágrimas, são mais de 10 anos a endereçar-te o que sinto, sem nunca obter uma resposta, visão ou um carinho de retorno, mas não me canso, em vez disso, procuro nos álbuns que nos deixaste, os banhos, os abraços e as brincadeiras que tinhas comigo, ainda hoje a cama tem aquele espaço guardado para te sentares e veres o Rei do Gado ou o Cravo e a Rosa, a minha estante ainda tem todos os teus cds de Leandro e Leonardo ou os TOP+ de Portugal.
Sabes que é com grande egoísmo que te digo que sinto a tua falta e de que maneira, não acho de modo algum que me tornei numa má pessoa ou me descarrilei para os maus carris da vida, mas tenho a opinião que contigo nela, só tornaria tudo melhor, já imaginaste? Irmos de férias, comigo a conduzir como tu sempre dizias? Irmos as compras sem precisarmos de ir quando a loja abre para não termos de esperar por um táxi? Ia ser tudo tão diferente do que é hoje e acho que gosto tanto de conduzir porque me faz bastante lembrar do que me dizias, a independência é um posto, não precisarmos de ninguém é uma dádiva, mas eu preciso e vou precisar sempre, nós sempre precisamos de alguém.
Não te vou apontar o dedo por me teres dito que arranjamos sempre uma solução, que nunca nos íamos separar ou que jamais eu teria de lidar com os meus problemas sozinho, porque honestamente, não me mentiste, só não me disseste que não era contigo, deixaste-me um homem que é pau para toda a obra, que ainda me cuida como se eu tivesse aqueles precários 12 anos de quando te foste embora e apesar de todas as cabeçadas que damos um ao outro, acho que não existe maior união que a nossa, ele teve de ocupar o lado dele e o teu e acredita, fê-lo com todo o amor e dedicação que tu sempre fizeste, não foi o mesmo, mas não podia estar mais agradecido, quando toda a gente pensava que ele se ia embora, ele ficou e mostrou que tu não eras um acaso na vida dele, sei que ele também sente muito a tua falta e em dias de maior desnorte, ainda o oiço a dizer "andas por aqui que eu sei".
A semana do teu aniversário, esta semana, mata-me por dentro, 3 aniversários de pessoas fulcrais na minha vida e só ele está aqui comigo, muitas das vezes não sei como lidar com isso e apesar das minhas duas décadas de existência, parece que estive encubado 12 anos dentro de um casulo, não deixavas que ninguém o penetrasse. As pessoas acham-me um bocado gelado, até mesmo antipático e cético em relação a vida, dizem que me formei com os teus valores mas não com a tua calma, já me disseram mesmo que tu és a causa de eu ser assim, não nego, custa-me ouvir certas coisas e não ficar magoado, mas quando comparado contigo, tudo para mim é um elogio, se alguém te conhecesse como nós te conhecemos, ninguém abriria a boca para falar de ti ou até mesmo de nós, éramos o 3 em 1 perfeito, eu que invadia a nossa casa pela pequena janela da casa de banho quando se esqueciam das chaves em casa, tu que cozinhavas como ninguém, aqueles pastéis de bacalhau artesanais ou aquele arroz de pato que nunca mais vou saborear nada igual, ele que mesmo cansado depois de um dia a aturar gente parva, nos fazia as vontades e íamos jantar fora ou ao estádio, que trio que éramos.
Resta-me desejar-te um feliz aniversário e esperar que para o ano esteja cá novamente e possa estar contigo da mesma maneira que tenho estado nestes últimos anos, sei que nunca vais ler isto, mas adorna-me o sorriso saber que ainda me consigo dirigir a ti.
Amo-te