A Humanidade na minha opinião!

Este é o meu texto sobre a Humanidade, fui incentivado pela C. e pela a AJ a coloca-lo aqui, este texto remete ao Natal passado, escrevi-o, mas nunca o postei, talvez por sentir que iria ser mal interpretado, tal como agora, mas vou arriscar, é sobre algo que me deixou super frustrado por ver que as pessoas não dão valor ao que deviam dar e continuarem deliberadamente a despender dinheiro em luxos e caprichos enquanto poderiam ser mais prestáveis e fazer um melhor uso dos valores monetários que possuem!

Talvez as coisas fossem muito diferentes se mudássemos os verbos: Falar, Esperar, Reclamar, pelos verbos: Ajudar, Agir e Combater, tudo seria bem mais produtivo. Chegando a esta época tão Nobre, tão familiar, existem pessoas que estão sozinhas no Mundo, pessoas que não têm com quem dividir sentimentos, com quem dividir um carinho, nem mesmo com quem dividir um olhar, enquanto isso, os grandes estão sentados em gigantes tronos com tudo de bom a sua volta, cheios de gente que os rodeia só por aquilo que têm e não por aquilo que são ou que alcançaram, essa gente iludida rodeada de inveja que no fundo se sente sozinha e sabe que o está, mas não pode desperdiçar a alta sociedade em que está inserida, pois isso é que é importante, isso é que faz deles o que são, enfim...
A Humanidade já não tem pés nem cabeça, sabem, eu quando era miúdo, tinha uma disciplina que se dava pelo nome de "formação cívica" ou "cidadania", ensinava-nos a viver no quotidiano, a abordar as pessoas com educação, mas agora, já bem mais maduro, deparo-me com situações que me fazem questionar: "Onde estão os princípios da Humanidade?" a sério, não entendo, o respeito desapareceu, a ganância apoderou-se de tudo e as pessoas sujeitam-se a tudo para alcançarem a fama e a luz do holofote, nem que seja pelo lado negativo, instaurou-se o lema "o que interessa é aparecer", desde reality shows a entrevistas em programas em que o objectivo é darmos-nos a conhecer a nós mesmos, a sério, não entendo, qual é o interesse destas pessoas, quererem ser tema de conversa e capas de revistas para quê? Tudo bem, todos nós gostávamos de ter mais algum, sermos mais abonados a nível monetário, mas tentar tudo só para o conseguir, acho que não, ser extremista ao ponto de se rebaixar, apenas para ser tema de conversa? Não me entra no sistema.
Sempre me ensinaram a ser respeitador e umas quantas regras de conduta, mas onde é que eu posso aplicar essas regras se todos os dias sou desrespeitado por algum motivo? A pressa das pessoas em chegar primeiro, em comprar primeiro, em comentar primeiro, não entendo, qual é a diferença? Não entendo, é por eu comprar depois de alguém que o que comprei perdeu a sua credibilidade? A sério, o mundo está louco.
O início deste texto é baseado nos sem abrigo, pessoas que a uma primeira impressão, tiveram uma vida desafortunada ou então sofreram algo que os deixou de um momento para o outro, perdidos a deriva, nas ruas de uma capital que anseia por este "tipo" de gente, gente que os grandes consideram como lixo, gente que não tem onde dormir e mesmo assim é enxotada do alpendre de um prédio numa noite chuvosa por alguém da alta sociedade, adoram pisar e "mandar trabalhar" estas pessoas, não entendo o porquê, tudo bem que existem pessoas que ainda estão em boa idade para exercer uma profissão, mas daí a generalizar, existe uma senhora no metro do Marquês de Pombal, (confesso que já perdi uma meia hora a falar com ela) ela sofre de um cancro nas pernas que a impossibilita de andar muito tempo seguido, vive nas ruas de Lisboa, mais precisamente para aqueles lados, dorme num banco de jardim que é coberto por uma árvore contou-me ela, o mais chato é que ela mora na rua porque o seu pai perdeu o dinheiro todo no jogo quando ela tinha 19 anos, foi posta na rua pelo senhorio e teve de desistir da faculdade porque não tinha dinheiro para pagar as propinas, vive na rua há cerca de 30 anos, não comemora um aniversário, aliás, desde aquele tempo que ninguém lhe dá os parabéns, ela tem perfeitamente noção que é vista como um parasita pela sociedade, mas como ela própria diz "O que posso eu fazer? As oportunidades que tive, não me deixaram agarra-las", pelo que me disse, trabalhou em mini mercados, mas foi despedida pois roubava comida para saciar a fome que se apoderava dela, enfim, agora digam-me, que culpa tem uma rapariga que tinha a vida encaminhada e devido a terceiros, perde tudo, tiram-lhe o chão dos pés e deixam-na cair como uma pena que cai levemente, lentamente, mas ao mesmo tempo de forma tão dura, contudo silenciosa, sem que ninguém saiba o que se está a passar...
Porquê que a humanidade perde tempo com coisas que não interessam, acções que sobem e descem, preços que inflacionam vezes sem conta, porquê que os números são mais importantes que as pessoas? Existem pessoas que precisam de uma sopa, de um pão, até de um abraço, isso tem valor? Um gesto amigável, tem que ser cobrado? Porquê? A balança da ajuda não tem de ser equilibrada com valores monetários, mas sim com vontade de ajudar, quantos mais quiserem ajudar sem receber nada em troca, melhor! A humanidade precisa de pessoas com coração e não com uma calculadora, pessoas dispostas a estender a mão para ajudar e não para pedir a quem não tem, sinceramente, acho que esta humanidade deveria voltar a escola, fazer uma revisão e depois talvez, um teste de recuperação, porque acreditem, isto está muito negativo mesmo...