Era 24 de Setembro, numa pequena aldeia chamada Malhada nos arredores de Coimbra, o Verão já se tinha ido embora, o Outono aparecia, as folhas caíam e o frio começava a ser notável.
Nessa aldeia existia um rapaz de cara macia, com um tom de pele morena, não muito alto, bom para os seus 12 anos, chamado Amadeu.
O Amadeu era um rapaz muito bondoso, o seu sorriso branquinho via-se a qualquer distância e andava sempre com o seu cão Pintas. Pintas era um cão de raça Pastor Alemão, o companheiro inseparável de Amadeu, faziam tudo juntos, desde dormir a tomar banho e nada os separava, nem mesmo quando Amadeu tinha de ir à escola, durante os dias de aulas. Pintas acompanhava o menino até ao seu ensino escolar e depois, esperava por ele até ao final do dia, quando terminava os seus afazeres.
Que amizade eloquecedora, Amadeu adorava o seu cão, não o trocava por nada, nem mesmo quando nas férias grandes de Verão, os pais queriam ir para fora, o cão tinha de ir senão não havia férias para ninguém.
Num final de tarde, Pintas esperava habitualmente pelo seu companheiro na porta da escola, a chuva era imensa e Amadeu tardava em não aparecer, parecia que nessa tarde algo tinha mudado. Amadeu apareceu e por sua vez, não vinha sozinho, desta vez, vinha acompanhado de uma rapariga de cabelo castanho, encaracolado, um pouco mais alta que ele, de pele clara e muito atraente. Chamava-se Matilde, vinha de mão dada com Amadeu e ia lanchar lá a casa.
Durante o percurso, Pintas sentiu-se completamente ignorado por Amadeu que só conversava com Matilde, depois do lanche é que conseguiu projectar alguma da sua atenção ao Pintas.
Desde esse dia, a relação entre cão e dono nunca mais foi a mesma, Pintas deixou de acompanhar Amadeu à escola, não se levantava quando o menino de vez em quando se lembrava de o chamar e depois de passear com ele, sentia-se cada vez mais sozinho e abandonado.
O menino só queria saber da sua amiga e dava menos importância ao seu cão que sempre lhe fora fiel. Até a mãe do Amadeu reparara que a atenção de Amadeu mudara e tentou avisar o menino do que se sucedia, mas ele, era demasiado novo para perceber o valor que a amizade tem, fosse com um animal ou com uma pessoa.
Era visível que a ternura com que Amadeu tratava Pintas não era a mesma, o pobre animal era agora desprezado.
Numa manhã, Amadeu perguntou à mãe pelo seu cão, pois este não estava em parte alguma da casa, começou então a prever-se que o Pastor Alemão tinha fugido.
A criança entrou em pânico e começou a chorar e a gritar pelo seu cão, nem sequer quis ir à escola.
Os pais, bem que tentaram acalma-lo, mas, só conseguiram quando lhe prometeram que iriam mais tarde com ele procurar o Pintas.
O pobre Amadeu lá foi de cabisbaixo para a escola, nem sequer ligou à sua nova amiga que por acaso se tinha tornado namorada num abrir de olhos, a Matilde. Ela não tinha culpa de nada no fundo e bem que tentou saber que se passava, até os seus amigos puxavam por ele e nada, nunca tinham visto o miúdo mais divertido do grupo tão triste.
Mal o último toque da escola surgiu, Amadeu desatou a correr para casa, nem se despediu dos amigos que ficaram de tal modo, muito indignados.
Tal como prometido, os pais foram procurar o Pintas com ele, percorreram a aldeia inteira e ninguém meteu a vista em cima daquele animal tão adorável para toda a gente, sentiram-se todos muito tristes e colaboraram com a família a procurar o Pintas.
Procuraram, procuraram e nada. Já eram 22h e a mãe do menino disse-lhe que já era tarde e que tinham de ir para casa até porque estava a começar a chover torrencialmente e, como previsto, ele não quis ir, sentou-se no chão, meteu a cabeça aos joelhos e começou novamente a chorar mas, desta vez com muito desespero.
Passou uma semana, Amadeu já estava mais mentalizado que o seu cão não iria voltar.
Deitado na sua cama, olhou para o chão onde estava a almofada do Pintas e começou a lembrar-se dos momentos que passou com ele e de como aquele cão era tão inteligente e fiel, nunca o abandonara antes, desde aí, começou a surgir a questão: porque motivo ele fugiu ?- levantou-se, fez a sua higiene diária e a mãe olhava-o reparando em como o seu filho já estava um homem feito.
Na escola, Amadeu resolveu finalmente explicar tudo à Matilde e pedir-lhe desculpa por não lhe ter dirigido a palavra durante uma semana.
A Matilde teve uma reacção na qual o rapaz não estava mesmo nada à espera. Falou bastante mal com ele, começou a gritar-lhe e a perguntar: foi por causa de um cão que não me falas-te durante UMA SEMANA ? Ele não é mais que eu!
O rapaz ficou chocado com o que ouviu, virou as costas e subiu as escadas para ir ter com os seus amigos à porta da sala.
No dia a seguir, Amadeu dá de caras com a sua pseudo namorada abraçada a outro rapaz e esse, bem mais alto que ele e notava-se que era mais velho, deveria já estar no 10º ano e com algumas reprovações pelo meio. O Amadeu nem queria acreditar no que tinha visto, afinal ele ainda era tão novo tal como a Matilde também tinha 12 anos e já estava nas mãos de outro rapaz, na cabeça dele, aquilo era uma tremenda confusão, resolveu ficar no seu canto, sozinho perante uma escola com mais de 800 alunos.
No fim de tarde, mais um dia de cansaço, chegou a casa e nem falou aos pais, dirigiu-se para o quarto e enfiou-se de baixo dos lençóis.Ele estava imune, sem saber o que fazer com aquela situação, era muita pressão para um pré-adolescente que por seu azar, mais triste ficou quando viu uma fotografia dele com o Pintas perdida na sua secretária, sentou-se na almofada onde o cão costumava dormir e, chorou novamente até a mãe chamar-lhe para ir jantar. Não quis comer, como já era hábito desde há 1 semana para cá, a mãe quase que por milagre conseguiu convence-lo a alimentar-se mas, não conseguiu que ele lhe fizesse companhia até irem dormir...
Nessa aldeia existia um rapaz de cara macia, com um tom de pele morena, não muito alto, bom para os seus 12 anos, chamado Amadeu.
O Amadeu era um rapaz muito bondoso, o seu sorriso branquinho via-se a qualquer distância e andava sempre com o seu cão Pintas. Pintas era um cão de raça Pastor Alemão, o companheiro inseparável de Amadeu, faziam tudo juntos, desde dormir a tomar banho e nada os separava, nem mesmo quando Amadeu tinha de ir à escola, durante os dias de aulas. Pintas acompanhava o menino até ao seu ensino escolar e depois, esperava por ele até ao final do dia, quando terminava os seus afazeres.
Que amizade eloquecedora, Amadeu adorava o seu cão, não o trocava por nada, nem mesmo quando nas férias grandes de Verão, os pais queriam ir para fora, o cão tinha de ir senão não havia férias para ninguém.
Num final de tarde, Pintas esperava habitualmente pelo seu companheiro na porta da escola, a chuva era imensa e Amadeu tardava em não aparecer, parecia que nessa tarde algo tinha mudado. Amadeu apareceu e por sua vez, não vinha sozinho, desta vez, vinha acompanhado de uma rapariga de cabelo castanho, encaracolado, um pouco mais alta que ele, de pele clara e muito atraente. Chamava-se Matilde, vinha de mão dada com Amadeu e ia lanchar lá a casa.
Durante o percurso, Pintas sentiu-se completamente ignorado por Amadeu que só conversava com Matilde, depois do lanche é que conseguiu projectar alguma da sua atenção ao Pintas.
Desde esse dia, a relação entre cão e dono nunca mais foi a mesma, Pintas deixou de acompanhar Amadeu à escola, não se levantava quando o menino de vez em quando se lembrava de o chamar e depois de passear com ele, sentia-se cada vez mais sozinho e abandonado.
O menino só queria saber da sua amiga e dava menos importância ao seu cão que sempre lhe fora fiel. Até a mãe do Amadeu reparara que a atenção de Amadeu mudara e tentou avisar o menino do que se sucedia, mas ele, era demasiado novo para perceber o valor que a amizade tem, fosse com um animal ou com uma pessoa.
Era visível que a ternura com que Amadeu tratava Pintas não era a mesma, o pobre animal era agora desprezado.
Numa manhã, Amadeu perguntou à mãe pelo seu cão, pois este não estava em parte alguma da casa, começou então a prever-se que o Pastor Alemão tinha fugido.
A criança entrou em pânico e começou a chorar e a gritar pelo seu cão, nem sequer quis ir à escola.
Os pais, bem que tentaram acalma-lo, mas, só conseguiram quando lhe prometeram que iriam mais tarde com ele procurar o Pintas.
O pobre Amadeu lá foi de cabisbaixo para a escola, nem sequer ligou à sua nova amiga que por acaso se tinha tornado namorada num abrir de olhos, a Matilde. Ela não tinha culpa de nada no fundo e bem que tentou saber que se passava, até os seus amigos puxavam por ele e nada, nunca tinham visto o miúdo mais divertido do grupo tão triste.
Mal o último toque da escola surgiu, Amadeu desatou a correr para casa, nem se despediu dos amigos que ficaram de tal modo, muito indignados.
Tal como prometido, os pais foram procurar o Pintas com ele, percorreram a aldeia inteira e ninguém meteu a vista em cima daquele animal tão adorável para toda a gente, sentiram-se todos muito tristes e colaboraram com a família a procurar o Pintas.
Procuraram, procuraram e nada. Já eram 22h e a mãe do menino disse-lhe que já era tarde e que tinham de ir para casa até porque estava a começar a chover torrencialmente e, como previsto, ele não quis ir, sentou-se no chão, meteu a cabeça aos joelhos e começou novamente a chorar mas, desta vez com muito desespero.
Passou uma semana, Amadeu já estava mais mentalizado que o seu cão não iria voltar.
Deitado na sua cama, olhou para o chão onde estava a almofada do Pintas e começou a lembrar-se dos momentos que passou com ele e de como aquele cão era tão inteligente e fiel, nunca o abandonara antes, desde aí, começou a surgir a questão: porque motivo ele fugiu ?- levantou-se, fez a sua higiene diária e a mãe olhava-o reparando em como o seu filho já estava um homem feito.
Na escola, Amadeu resolveu finalmente explicar tudo à Matilde e pedir-lhe desculpa por não lhe ter dirigido a palavra durante uma semana.
A Matilde teve uma reacção na qual o rapaz não estava mesmo nada à espera. Falou bastante mal com ele, começou a gritar-lhe e a perguntar: foi por causa de um cão que não me falas-te durante UMA SEMANA ? Ele não é mais que eu!
O rapaz ficou chocado com o que ouviu, virou as costas e subiu as escadas para ir ter com os seus amigos à porta da sala.
No dia a seguir, Amadeu dá de caras com a sua pseudo namorada abraçada a outro rapaz e esse, bem mais alto que ele e notava-se que era mais velho, deveria já estar no 10º ano e com algumas reprovações pelo meio. O Amadeu nem queria acreditar no que tinha visto, afinal ele ainda era tão novo tal como a Matilde também tinha 12 anos e já estava nas mãos de outro rapaz, na cabeça dele, aquilo era uma tremenda confusão, resolveu ficar no seu canto, sozinho perante uma escola com mais de 800 alunos.
No fim de tarde, mais um dia de cansaço, chegou a casa e nem falou aos pais, dirigiu-se para o quarto e enfiou-se de baixo dos lençóis.Ele estava imune, sem saber o que fazer com aquela situação, era muita pressão para um pré-adolescente que por seu azar, mais triste ficou quando viu uma fotografia dele com o Pintas perdida na sua secretária, sentou-se na almofada onde o cão costumava dormir e, chorou novamente até a mãe chamar-lhe para ir jantar. Não quis comer, como já era hábito desde há 1 semana para cá, a mãe quase que por milagre conseguiu convence-lo a alimentar-se mas, não conseguiu que ele lhe fizesse companhia até irem dormir...
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